Misticismo, Ocultismo, História Secreta, Magia, Psicurgia, Teurgia, Teose, Iniciação

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27 de fevereiro de 2017

O Livro Perdido de Dzyan


O LIVRO PERDIDO DE DZYAN


Em "A DOUTRINA SECRETA"
Volume I – Cosmogênese
De Helena P. Blavatsky



(...) O Livro de Dzyan (ou “Dzan”) é completamente desconhecido dos nossos filólogos, ou, pelo menos, eles nunca ouviram falar dele com este nome. Isso, naturalmente, é um grande obstáculo para aqueles que seguem os métodos de pesquisa recomendados pela Ciência oficial; mas para os estudantes de Ocultismo e para todo Ocultista legítimo o fato terá pouca importância. A maior parte das Doutrinas divulgadas está espalhada por centenas e milhares de manuscritos sânscritos, alguns já traduzidos - e desfigurados como de costume em suas interpretações -; outros ainda esperando por sua vez. Todo estudioso tem, portanto, a possibilidade de verificar as afirmativas feitas aqui e de testar a maior parte das citações. Será difícil localizar a origem das referências a alguns fatos novos (novos apenas para o orientalista profano), e de algumas passagens reproduzidas dos Comentários. Além disso, vários dos ensinamentos foram transmitidos até agora oralmente; no entanto, mesmo estes são, todos, mencionados indiretamente nos volumes quase incontáveis das literaturas sagradas dos templos bramânicos, chineses e tibetanos.

Em todo caso, e sejam quais forem as críticas malévolas a serem feitas contra a redatora desta obra, há um fato inegável. Os membros de várias escolas esotéricas, cuja sede central está além dos Himalaias, e cujas ramificações podem ser encontradas na China, no Japão, na Índia, no Tibete e mesmo na Síria, além da América do Sul, afirmam ter em sua posse a soma total das obras sagradas e filosóficas, em volumes manuscritos e impressos; todas as obras, de fato, que já foram escritas, em quaisquer idiomas ou caracteres, desde que começou a arte de escrever, incluindo os hieróglifos ideográficos, o alfabeto de Cadmo e o Devanagari.

Tem sido afirmado ao longo do tempo que desde a destruição da Biblioteca de Alexandria cada uma das obras cujo conteúdo poderia levar o profano a uma descoberta e uma compreensão nítidas de alguns dos mistérios da Ciência Secreta foi cuidadosamente localizado, graças aos esforços combinados dos membros das Fraternidades. Aqueles que sabem acrescentam, além disso, que, uma vez localizadas, três cópias de cada obra foram deixadas de lado e guardadas em segurança, e todas as outras foram destruídas. Na Índia, os últimos manuscritos preciosos foram reunidos e ocultados durante o reinado do imperador Akbar.

Afirma-se, além disso, que cada um dos livros sagrados desta categoria, cujo texto não estava suficientemente velado através de simbolismos, ou que fazia qualquer referência direta aos mistérios da antiguidade, foi cuidadosamente copiado em caracteres criptográficos, de modo a impossibilitar a sua leitura por parte até mesmo dos melhores e mais inteligentes paleógrafos, sendo depois também destruído até a última cópia. Durante o reinado de Akbar, alguns fanáticos membros da corte, descontentes com o interesse pecaminoso do imperador por investigar a religião dos infiéis, ajudaram, eles próprios, aos brâmanes no esforço de ocultar os seus manuscritos. Entre eles estava Badáoni, que sentia um horror indisfarçável diante da mania de Akbar em relação às religiões idólatras.

Além disso, em todas as lamaserías grandes e ricas há galerias subterrâneas e bibliotecas em cavernas, cortadas na rocha, sempre que o gonpa e o lhakhang estão situados em montanhas. Mais além do Tsaydam ocidental, nas passagens solitárias de Kuen-lun, há vários locais ocultos com estas características. Ao longo da cordilheira de Altyn-Toga, cujo solo nenhum europeu jamais pisou até o momento, há uma certa aldeia perdida em um profundo desfiladeiro. É um pequeno agrupamento de casas, mais uma vila do que um monastério, com um templo de aparência pobre, e um velho lama, um eremita, que vive perto para cuidar dele. Os peregrinos dizem que as galerias e salões subterrâneos sob a aldeia contêm uma coleção de livros cujo número, de acordo com os informes dados, é tão grande que eles não poderiam ser alojados nem mesmo no Museu Britânico.

(...)

(Trecho extraído da Introdução de "A Doutrina Secreta" - Volume I - Cosmogênese)


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AS DOZE ESTÂNCIAS DA ANTROPOGÊNESE
Trecho Inicial do Volume II de “A Doutrina Secreta”
(pp. 15-21 na edição original em inglês)

A ANTROPOGÊNESE NO VOLUME SECRETO
(Trechos Textuais)

I

1. O Lha que faz girar a quarta é servidor do Lha dos Sete, eles fazem a volta guiando suas carruagens ao redor do seu Senhor, o Olho Único. Seu alento deu vida aos Sete; deu vida ao primeiro. 

2. A Terra disse: - “Senhor da Face Brilhante; minha casa está vazia… envia teus filhos para povoar esta roda. Tu mandaste teus sete filhos para o Senhor da Sabedoria. Ele te vê sete vezes mais perto de si, te sente sete vezes mais. Proibiste aos teus servidores, os pequenos anéis, de pegarem tua luz e teu calor e de interceptarem a tua grande generosidade ao passar. Envia-os agora à tua serva.” 

3. O “Senhor da Face Brilhante” disse: “Eu te enviarei um fogo quando teu trabalho tiver começado. Ergue tua voz até outros Lokas; pede a teu pai, o Senhor do Lótus, pelos filhos dele… A tua gente estará sob a direção dos Pais. Os teus homens serão mortais. Os homens dos Senhor da Sabedoria são imortais, os Filhos Lunares, não. Pára de reclamar. Tuas sete peles ainda estão sobre ti… Tu não estás pronta. Teus homens não estão prontos.”

4. Depois de grande sofrimentos ela desembaraçou-se de suas três peles velhas e vestiu suas sete novas peles, e permaneceu na sua primeira.

II

5. A roda girou durante mais 300 milhões. Ela construiu rupas: pedras suaves que endureceram; plantas duras que se tornaram suaves. O visível do invisível, insetos e as vidas pequenas. Ela os sacudia do seu dorso sempre que eles devastavam a mãe. Depois de 300 milhões ela se tornou redonda. Ela se inclina sobre as suas costas, de lado… Ela não queria chamar nenhum filho do Céu, não solicitava nenhum filho da Sabedoria. Ela criava do seu próprio seio. Ela produziu homens-aquáticos, terríveis e maus.

6. Ela própria criou os homens-aquáticos terríveis e maus a partir dos restos de outros, formou-os com a escória e o lodo dos seus primeiros, segundos e terceiros. Os Dhyanis vieram e olharam; os Dhyanis vieram do claro Pai-Mãe, das regiões brancas, da moradia dos mortais imortais.

7. Eles ficaram descontentes. Nossa carne não está lá. Não há rupas adequados para nossos irmãos da quinta. Não há moradias para as vidas. Eles devem beber águas puras, e não turvas. Vamos secá-las. 

8. As chamas vieram. Os fogos com as centelhas; os fogos da noite e os fogos do dia. Eles secaram as águas turvas e escuras. Com seu calor as extinguiram. Vieram os Lhas do Alto e os Lhamayin de Abaixo. Eles mataram as formas que tinham duas e quatro faces. Lutaram contra os homens-cabra, contra os homens com cabeça de cachorro e contra os homens com corpo de peixe.

9. A mãe-água, o grande mar, chorou. Ela ergueu-se e desapareceu na lua que a havia elevado, que lhe havia dado nascimento.

10. Quando eles foram destruídos, a Mãe-terra ficou sem nada. Ela pediu para ser secada.

III

11. O Senhor dos Senhores veio. Ele separou do corpo dela as águas, e aquilo foi o Céu acima, o primeiro Céu.

12. Os grandes Chohans chamaram os Senhores da Lua, dos corpos aéreos. “Produzam homens, homens da sua natureza, deem a eles as suas formas internas. Ela construirá a cobertura por fora. Eles serão masculino-femininos. Também Senhores da Chama…”

13. Cada um deles foi para o território que lhe foi destinado; eram sete, cada um na sua área. Os Senhores da Chama permaneceram atrás. Eles não queriam vir, não queriam criar.

IV

14. As Sete Hostes, os “Senhores Nascidos-pela-Vontade”, movidos pelo Espírito da Doação de Vida, separaram os homens de si, cada um na sua própria região.

15. Nasceram sete vezes sete Sombras de homens futuros, cada homem com sua cor e seu tipo. Cada um inferior a seu pai. Os pais, os sem ossos, não podiam dar vida a seres dotados de ossos. Seus descendentes eram Bhuta, sem forma e sem mente. Por isso eram chamados de Chhaya.

16. Como nascem os Manushya? Os Manus com mentes, como são feitos? Os pais chamaram, para ajudá-los, o seu próprio fogo, que é o fogo que queima na Terra. O Espírito da Terra chamou em sua ajuda o Fogo Solar. Com seus esforços conjuntos, estes três produziram um bom Rupa. Ele podia ficar em pé, caminhar, correr, reclinar-se, ou voar. Porém ele ainda era um Chhaya, uma sombra destituída de sentidos…

17. O Alento precisava de uma forma; os Pais a deram. O Alento precisava de um corpo denso; a Terra o moldou. O Alento necessitava do Espírito da Vida; os Lhas Solares o colocaram, com sua respiração, na sua forma. O Alento necessitava um Espelho do seu Corpo; “Nós demos a ele o nosso próprio”, disseram os Dhyanis. O Alento necessitava um Veículo de Desejos; “Ele o tem”, disse o Drenador das Águas. Mas o Alento necessita de uma mente capaz de abarcar o Universo; “Não podemos dar isso”, disseram os Pais. “Nunca tive isso”, disse o Espírito da Terra. “A Forma seria destruída se eu lhe desse a minha”, disse o Grande Fogo… O homem permaneceu sendo um Bhuta, vazio e sem sentidos… Assim os sem-ossos deram vida a aqueles que se tornaram homens com ossos na terceira.

V

18. Os primeiros eram os filhos da Ioga. Seus filhos, os filhos do Pai Amarelo e da Mãe Branca.

19. A Segunda Raça foi produto da gemação e da expansão, a assexuada que surgiu da sem-sexo. Assim, ó Lanu, surgiu a Segunda Raça.

20. Seus pais eram Autonascidos. Os Autonascidos, os Chhayas surgidos dos corpos luminosos dos Senhores, os Pais, os Filhos do Crepúsculo.

21. Quando a Raça envelheceu, as águas antigas misturaram-se com as mais recentes. Quando suas gotas ficaram turvas, elas se desfizeram e desapareceram na nova corrente, a corrente quente da vida. O externo da primeira tornou-se o interno da segunda. A velha Asa tornou-se a nova Sombra, e a Sombra da Asa.

VI

22. Então a segunda produziu os nascidos-de-Ovos, a Terceira. O suor cresceu, suas gotas cresceram, se tornaram firmes e redondas. O sol o aqueceu; a Lua o esfriou e lhe deu forma; o vento o alimentou até o seu amadurecimento. O cisne branco do firmamento estrelado protegia a grande gota. O ovo da raça futura, o Homem-cisne da terceira posterior. Primeiro, masculino-feminino, depois homem e mulher.

23. Os Autonascidos eram os Chhayas: as sombras surgidas dos corpos dos Filhos do Crepúsculo.

VII

24. Os Filhos da Sabedoria, os Filhos da Noite, prontos para o renascimento, desceram. Viram as formas vis da Primeira Terceira. “Podemos escolher”, disseram os Senhores, “temos sabedoria”. Alguns entraram nos Chhayas. Alguns projetaram a centelha. Alguns postergaram até a Quarta. Com o seu próprio Rupa encheram Kama. Aqueles que entraram se tornaram Arhats. Aqueles que só receberam uma centelha permaneceram destituídos de conhecimento; a centelha queimava com pouca força. A terceira permaneceu sem mente. Os Jivas deles não estavam preparados. Estes foram colocados à parte entre os sete. Eles passaram a ter cabeçasestreitas. Os terceiros estavam prontos. “Vamos habitar estes”, disseram os Senhores da Chama.

25. Como agiram os Manâsa, os Filhos da Sabedoria? Eles rejeitaram os Autonascidos. Eles não estão prontos. Eles rejeitaram os nascidos-por-Suor. Eles não estão bem prontos. Eles não queriam entrar nos primeiros nascidos-de-Ovos.

26. Quando os nascidos-por-Suor produziram os nascidos-de-Ovos, os duplos e os poderosos, os poderosos com ossos, os Senhores da Sabedoria disseram: “Agora nós vamos criar.”

27. A Terceira Raça se tornou o Vahan dos Senhores da Sabedoria. Ela criou os “Filhos da Vontade e da Ioga”, criou-os por Kriyasakti, eles, os Pais Sagrados, os ancestrais dos Arhats.

VIII

28. Das gotas de suor, do resíduo da substância, da matéria procedente dos cadáveres dos homens e dos animais da roda anterior, e do pó jogado fora, foram produzidos os primeiros animais. 

29. Animais com ossos, dragões do abismo e Sarpas voadoras foram acrescentados aos seres que rastejam. Os que rastejam pelo solo obtiveram asas. Os aquáticos de pescoço longo foram os ancestrais das aves do ar.

30. Durante a Terceira Raça, os animais sem ossos cresceram e mudaram: eles se tornaram animais com ossos, os seus Chhayas se tornaram sólidos.

31. Os animais foram os primeiros a se separarem. Eles começaram a procriar. Também o homem duplo se separou. Ele disse: “Façamos como eles; unamo-nos e procriemos.” E assim fizeram.

32. E aqueles que não tinham centelha tomaram para si enormes fêmeas animais. Geraram raças mudas. Eles próprios eram mudos. Mas as suas línguas se soltaram. As línguas da sua prole permaneceram mudas. Procriaram monstros. Uma raça de monstros encurvados, cobertos de cabelos vermelhos, andando em quatro patas. Uma raça muda para que a vergonha não fosse narrada.

IX

33. Ao verem isso, os Lhas, que não tinham construído os homens, choraram, dizendo:

34. “Os Amanasas degradaram nossas habitações futuras. Isto é Carma. Usemos as outras habitações. Devemos ensinar-lhes melhor, para evitar que ocorra o pior.” Eles fizeram…

35. Então todos os homens foram dotados de Manas. Eles viram o pecado dos que não tinham mente. 

36. A Quarta Raça desenvolveu a fala.

37. O Um se converteu em Dois; também todos os seres vivos e rastejantes que ainda eram uma unidade; peixes-pássaros gigantescos e serpentes de cabeças com carapaças.

X

38. Assim, de dois em dois, nas sete regiões, a Terceira Raça deu nascimento aos homens da Quarta Raça; os deuses se converteram em não-deuses; os suras se tornaram a-suras.

39. A primeira, em todas as regiões, tinha a cor da lua; a segunda era amarela como ouro; a terceira, vermelha; a quarta, castanha, que se tornou preta pelo pecado. As primeiras sete ramificações humanas eram todas da mesma cor. As sete ramificações seguintes começaram a misturar-se. 

40. Assim a Quarta chegou a ser alta devido ao orgulho. Disseram: “Nós somos os reis, nós somos os deuses.”

41. Tomaram esposas lindas ao olhar. Esposas vindas dos que não tinham mentes, os de cabeça estreita. Criaram monstros. Demônios maldosos, masculinos e femininos, também Khado (Dakini), de mentes pequenas.

42. Construíram templos para o corpo humano. Adoraram o masculino e o feminino. Então o Terceiro Olho deixou de funcionar.

XI

43. Eles construíram cidades enormes. Construíram com terras e metais raros, e com base nos fogos expelidos, na pedra branca das montanhas e na pedra negra, eles talharam suas próprias imagens, conforme seu tamanho e semelhança, e as adoraram.

44. Construíram grandes imagens com altura de nove yatis, o tamanho dos seus corpos. Fogos internos haviam destruído a terra dos seus pais. A água ameaçava a quarta.

45. Vieram as primeiras grandes águas. Submergiram as sete grandes ilhas.

46. Todos os Sagrados foram salvos, os Não-sagrados, destruídos. Com eles, a maior parte dos animais gigantescos, produzidos do suor da terra.

XII

47. Poucos homens permaneceram: alguns amarelos, alguns castanhos e pretos, alguns vermelhos permaneceram. Os de cor da lua desapareceram para sempre.

48. A quinta, produzida da estirpe Sagrada, permaneceu; ela foi governada pelos primeiros Reis divinos.

49. Quem voltou a descer, quem estabeleceu a paz com a quinta, quem a ensinou e a instruiu...

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(Final das sete estâncias da Antropogênese, que abrem o Volume II de “A Doutrina Secreta”) 


Nota de H. P. Blavatsky:
"Apresentamos aqui apenas 49, entre centenas de Slokas. Nem todos os versos são traduzidos literalmente. Às vezes, empregamos uma perífrase para que o texto seja claro e compreensível, em passagens em que uma tradução literal seria completamente ininteligível."


Fonte:


Sobre as Estâncias de Dzian:

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