O LIVRO PERDIDO DE DZYAN
Em "A DOUTRINA SECRETA"
Volume I – Cosmogênese
De Helena P. Blavatsky
(...) O Livro de Dzyan (ou “Dzan”) é completamente
desconhecido dos nossos filólogos, ou, pelo menos, eles nunca ouviram falar dele
com este nome. Isso, naturalmente, é um grande obstáculo para aqueles que seguem
os métodos de pesquisa recomendados pela Ciência oficial; mas para os estudantes
de Ocultismo e para todo Ocultista legítimo o fato terá pouca importância. A maior
parte das Doutrinas divulgadas está espalhada por centenas e milhares de
manuscritos sânscritos, alguns já traduzidos - e desfigurados como de costume em
suas interpretações -; outros ainda esperando por sua vez. Todo estudioso tem,
portanto, a possibilidade de verificar as afirmativas feitas aqui e de testar a maior
parte das citações. Será difícil localizar a origem das referências a alguns fatos
novos (novos apenas para o orientalista profano), e de algumas passagens
reproduzidas dos Comentários. Além disso, vários dos ensinamentos foram
transmitidos até agora oralmente; no entanto, mesmo estes são, todos, mencionados
indiretamente nos volumes quase incontáveis das literaturas sagradas dos templos
bramânicos, chineses e tibetanos.
Em todo caso, e sejam quais forem as críticas malévolas a serem feitas contra a
redatora desta obra, há um fato inegável. Os membros de várias escolas esotéricas,
cuja sede central está além dos Himalaias, e cujas ramificações podem ser
encontradas na China, no Japão, na Índia, no Tibete e mesmo na Síria, além da
América do Sul, afirmam ter em sua posse a soma total das obras sagradas e
filosóficas, em volumes manuscritos e impressos; todas as obras, de fato, que já
foram escritas, em quaisquer idiomas ou caracteres, desde que começou a arte de escrever, incluindo os hieróglifos ideográficos, o alfabeto de Cadmo e o
Devanagari.
Tem sido afirmado ao longo do tempo que desde a destruição da Biblioteca de
Alexandria cada uma
das obras cujo conteúdo poderia levar o profano a uma descoberta e uma
compreensão nítidas de alguns dos mistérios da Ciência Secreta foi cuidadosamente
localizado, graças aos esforços combinados dos membros das Fraternidades.
Aqueles que sabem acrescentam, além disso, que, uma vez localizadas, três cópias
de cada obra foram deixadas de lado e guardadas em segurança, e todas as outras
foram destruídas. Na Índia, os últimos manuscritos preciosos foram reunidos e
ocultados durante o reinado do imperador Akbar.
Afirma-se, além disso, que cada um dos livros sagrados desta categoria, cujo texto
não estava suficientemente velado através de simbolismos, ou que fazia qualquer
referência direta aos mistérios da antiguidade, foi cuidadosamente copiado em
caracteres criptográficos, de modo a impossibilitar a sua leitura por parte até mesmo
dos melhores e mais inteligentes paleógrafos, sendo depois também destruído até a
última cópia. Durante o reinado de Akbar, alguns fanáticos membros da corte,
descontentes com o interesse pecaminoso do imperador por investigar a religião dos
infiéis, ajudaram, eles próprios, aos brâmanes no esforço de ocultar os seus
manuscritos. Entre eles estava Badáoni, que sentia um horror indisfarçável diante da
mania de Akbar em relação às religiões idólatras.
Além disso, em todas as lamaserías grandes e ricas há galerias subterrâneas e
bibliotecas em cavernas, cortadas na rocha, sempre que o gonpa e o lhakhang estão situados em montanhas. Mais além do Tsaydam ocidental, nas passagens
solitárias de Kuen-lun, há vários locais ocultos com estas características. Ao
longo da cordilheira de Altyn-Toga, cujo solo nenhum europeu jamais pisou até o
momento, há uma certa aldeia perdida em um profundo desfiladeiro. É um pequeno
agrupamento de casas, mais uma vila do que um monastério, com um templo de
aparência pobre, e um velho lama, um eremita, que vive perto para cuidar dele. Os
peregrinos dizem que as galerias e salões subterrâneos sob a aldeia contêm uma
coleção de livros cujo número, de acordo com os informes dados, é tão grande que
eles não poderiam ser alojados nem mesmo no Museu Britânico.
(...)
(Trecho extraído da Introdução de "A Doutrina Secreta" - Volume I - Cosmogênese)
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AS DOZE ESTÂNCIAS DA ANTROPOGÊNESE
Trecho Inicial do Volume II de “A Doutrina Secreta”
(pp. 15-21 na edição original em inglês)
A ANTROPOGÊNESE
NO VOLUME SECRETO
(Trechos Textuais)
I
1. O Lha que faz girar a quarta é servidor do Lha dos Sete, eles fazem a volta
guiando suas carruagens ao redor do seu Senhor, o Olho Único. Seu alento deu vida
aos Sete; deu vida ao primeiro.
2. A Terra disse: - “Senhor da Face Brilhante; minha casa está vazia… envia teus
filhos para povoar esta roda. Tu mandaste teus sete filhos para o Senhor da
Sabedoria. Ele te vê sete vezes mais perto de si, te sente sete vezes mais. Proibiste
aos teus servidores, os pequenos anéis, de pegarem tua luz e teu calor e de
interceptarem a tua grande generosidade ao passar. Envia-os agora à tua serva.”
3. O “Senhor da Face Brilhante” disse: “Eu te enviarei um fogo quando teu trabalho
tiver começado. Ergue tua voz até outros Lokas; pede a teu pai, o Senhor do Lótus,
pelos filhos dele… A tua gente estará sob a direção dos Pais. Os teus homens
serão mortais. Os homens dos Senhor da Sabedoria são imortais, os Filhos Lunares,
não. Pára de reclamar. Tuas sete peles ainda estão sobre ti… Tu não estás pronta.
Teus homens não estão prontos.”
4. Depois de grande sofrimentos ela desembaraçou-se de suas três peles velhas e
vestiu suas sete novas peles, e permaneceu na sua primeira.
II
5. A roda girou durante mais 300 milhões. Ela construiu rupas: pedras suaves que
endureceram; plantas duras que se tornaram suaves. O visível do invisível, insetos e
as vidas pequenas. Ela os sacudia do seu dorso sempre que eles devastavam a mãe.
Depois de 300 milhões ela se tornou redonda. Ela se inclina sobre as suas costas, de
lado… Ela não queria chamar nenhum filho do Céu, não solicitava nenhum
filho da Sabedoria. Ela criava do seu próprio seio. Ela produziu homens-aquáticos,
terríveis e maus.
6. Ela própria criou os homens-aquáticos terríveis e maus a partir dos restos de
outros, formou-os com a escória e o lodo dos seus primeiros, segundos e terceiros.
Os Dhyanis vieram e olharam; os Dhyanis vieram do claro Pai-Mãe, das regiões
brancas, da moradia dos mortais imortais.
7. Eles ficaram descontentes. Nossa carne não está lá. Não há rupas adequados para
nossos irmãos da quinta. Não há moradias para as vidas. Eles devem beber águas
puras, e não turvas. Vamos secá-las.
8. As chamas vieram. Os fogos com as centelhas; os fogos da noite e os fogos do dia.
Eles secaram as águas turvas e escuras. Com seu calor as extinguiram. Vieram os
Lhas do Alto e os Lhamayin de Abaixo. Eles mataram as formas que tinham duas e
quatro faces. Lutaram contra os homens-cabra, contra os homens com cabeça de
cachorro e contra os homens com corpo de peixe.
9. A mãe-água, o grande mar, chorou. Ela ergueu-se e desapareceu na lua que a havia
elevado, que lhe havia dado nascimento.
10. Quando eles foram destruídos, a Mãe-terra ficou sem nada. Ela pediu para ser
secada.
III
11. O Senhor dos Senhores veio. Ele separou do corpo dela as águas, e aquilo foi o
Céu acima, o primeiro Céu.
12. Os grandes Chohans chamaram os Senhores da Lua, dos corpos aéreos. “Produzam homens, homens da sua natureza, deem a eles as suas formas internas.
Ela construirá a cobertura por fora. Eles serão masculino-femininos. Também
Senhores da Chama…”
13. Cada um deles foi para o território que lhe foi destinado; eram sete, cada um na
sua área. Os Senhores da Chama permaneceram atrás. Eles não queriam vir, não
queriam criar.
IV
14. As Sete Hostes, os “Senhores Nascidos-pela-Vontade”, movidos pelo Espírito da
Doação de Vida, separaram os homens de si, cada um na sua própria região.
15. Nasceram sete vezes sete Sombras de homens futuros, cada homem com sua cor
e seu tipo. Cada um inferior a seu pai. Os pais, os sem ossos, não podiam dar vida a
seres dotados de ossos. Seus descendentes eram Bhuta, sem forma e sem mente. Por
isso eram chamados de Chhaya.
16. Como nascem os Manushya? Os Manus com mentes, como são feitos? Os pais
chamaram, para ajudá-los, o seu próprio fogo, que é o fogo que queima na Terra. O
Espírito da Terra chamou em sua ajuda o Fogo Solar. Com seus esforços conjuntos,
estes três produziram um bom Rupa. Ele podia ficar em pé, caminhar, correr,
reclinar-se, ou voar. Porém ele ainda era um Chhaya, uma sombra destituída de
sentidos…
17. O Alento precisava de uma forma; os Pais a deram. O Alento precisava de um
corpo denso; a Terra o moldou. O Alento necessitava do Espírito da Vida; os Lhas
Solares o colocaram, com sua respiração, na sua forma. O Alento necessitava um
Espelho do seu Corpo; “Nós demos a ele o nosso próprio”, disseram os Dhyanis. O
Alento necessitava um Veículo de Desejos; “Ele o tem”, disse o Drenador das
Águas. Mas o Alento necessita de uma mente capaz de abarcar o Universo; “Não
podemos dar isso”, disseram os Pais. “Nunca tive isso”, disse o Espírito da Terra. “A
Forma seria destruída se eu lhe desse a minha”, disse o Grande Fogo… O
homem permaneceu sendo um Bhuta, vazio e sem sentidos… Assim os sem-ossos
deram vida a aqueles que se tornaram homens com ossos na terceira.
V
18. Os primeiros eram os filhos da Ioga. Seus filhos, os filhos do Pai Amarelo e da
Mãe Branca.
19. A Segunda Raça foi produto da gemação e da expansão, a assexuada que
surgiu da sem-sexo. Assim, ó Lanu, surgiu a Segunda Raça.
20. Seus pais eram Autonascidos. Os Autonascidos, os Chhayas surgidos dos corpos
luminosos dos Senhores, os Pais, os Filhos do Crepúsculo.
21. Quando a Raça envelheceu, as águas antigas misturaram-se com as mais recentes.
Quando suas gotas ficaram turvas, elas se desfizeram e desapareceram na nova
corrente, a corrente quente da vida. O externo da primeira tornou-se o interno da
segunda. A velha Asa tornou-se a nova Sombra, e a Sombra da Asa.
VI
22. Então a segunda produziu os nascidos-de-Ovos, a Terceira. O suor cresceu, suas
gotas cresceram, se tornaram firmes e redondas. O sol o aqueceu; a Lua o esfriou e
lhe deu forma; o vento o alimentou até o seu amadurecimento. O cisne branco do
firmamento estrelado protegia a grande gota. O ovo da raça futura, o Homem-cisne
da terceira posterior. Primeiro, masculino-feminino, depois homem e mulher.
23. Os Autonascidos eram os Chhayas: as sombras surgidas dos corpos dos Filhos do
Crepúsculo.
VII
24. Os Filhos da Sabedoria, os Filhos da Noite, prontos para o renascimento,
desceram. Viram as formas vis da Primeira Terceira. “Podemos escolher”, disseram
os Senhores, “temos sabedoria”. Alguns entraram nos Chhayas. Alguns projetaram a
centelha. Alguns postergaram até a Quarta. Com o seu próprio Rupa encheram
Kama. Aqueles que entraram se tornaram Arhats. Aqueles que só receberam uma
centelha permaneceram destituídos de conhecimento; a centelha queimava com
pouca força. A terceira permaneceu sem mente. Os Jivas deles não estavam
preparados. Estes foram colocados à parte entre os sete. Eles passaram a ter cabeçasestreitas.
Os terceiros estavam prontos. “Vamos habitar estes”, disseram os Senhores
da Chama.
25. Como agiram os Manâsa, os Filhos da Sabedoria? Eles rejeitaram os
Autonascidos. Eles não estão prontos. Eles rejeitaram os nascidos-por-Suor. Eles
não estão bem prontos. Eles não queriam entrar nos primeiros nascidos-de-Ovos.
26. Quando os nascidos-por-Suor produziram os nascidos-de-Ovos, os duplos e os
poderosos, os poderosos com ossos, os Senhores da Sabedoria disseram: “Agora nós
vamos criar.”
27. A Terceira Raça se tornou o Vahan dos Senhores da Sabedoria. Ela criou os
“Filhos da Vontade e da Ioga”, criou-os por Kriyasakti, eles, os Pais Sagrados, os
ancestrais dos Arhats.
VIII
28. Das gotas de suor, do resíduo da substância, da matéria procedente dos cadáveres
dos homens e dos animais da roda anterior, e do pó jogado fora, foram produzidos
os primeiros animais.
29. Animais com ossos, dragões do abismo e Sarpas voadoras foram
acrescentados aos seres que rastejam. Os que rastejam pelo solo obtiveram asas. Os
aquáticos de pescoço longo foram os ancestrais das aves do ar.
30. Durante a Terceira Raça, os animais sem ossos cresceram e mudaram: eles se
tornaram animais com ossos, os seus Chhayas se tornaram sólidos.
31. Os animais foram os primeiros a se separarem. Eles começaram a procriar.
Também o homem duplo se separou. Ele disse: “Façamos como eles; unamo-nos e
procriemos.” E assim fizeram.
32. E aqueles que não tinham centelha tomaram para si enormes fêmeas animais.
Geraram raças mudas. Eles próprios eram mudos. Mas as suas línguas se soltaram.
As línguas da sua prole permaneceram mudas. Procriaram monstros. Uma raça de
monstros encurvados, cobertos de cabelos vermelhos, andando em quatro patas.
Uma raça muda para que a vergonha não fosse narrada.
IX
33. Ao verem isso, os Lhas, que não tinham construído os homens, choraram,
dizendo:
34. “Os Amanasas degradaram nossas habitações futuras. Isto é Carma. Usemos as
outras habitações. Devemos ensinar-lhes melhor, para evitar que ocorra o pior.” Eles
fizeram…
35. Então todos os homens foram dotados de Manas. Eles viram o pecado dos que
não tinham mente.
36. A Quarta Raça desenvolveu a fala.
37. O Um se converteu em Dois; também todos os seres vivos e rastejantes que ainda
eram uma unidade; peixes-pássaros gigantescos e serpentes de cabeças com
carapaças.
X
38. Assim, de dois em dois, nas sete regiões, a Terceira Raça deu nascimento aos
homens da Quarta Raça; os deuses se converteram em não-deuses; os suras se
tornaram a-suras.
39. A primeira, em todas as regiões, tinha a cor da lua; a segunda era amarela como
ouro; a terceira, vermelha; a quarta, castanha, que se tornou preta pelo pecado. As
primeiras sete ramificações humanas eram todas da mesma cor. As sete ramificações
seguintes começaram a misturar-se.
40. Assim a Quarta chegou a ser alta devido ao orgulho. Disseram: “Nós somos os
reis, nós somos os deuses.”
41. Tomaram esposas lindas ao olhar. Esposas vindas dos que não tinham mentes, os
de cabeça estreita. Criaram monstros. Demônios maldosos, masculinos e femininos,
também Khado (Dakini), de mentes pequenas.
42. Construíram templos para o corpo humano. Adoraram o masculino e o feminino.
Então o Terceiro Olho deixou de funcionar.
XI
43. Eles construíram cidades enormes. Construíram com terras e metais raros, e com
base nos fogos expelidos, na pedra branca das montanhas e na pedra negra, eles
talharam suas próprias imagens, conforme seu tamanho e semelhança, e as
adoraram.
44. Construíram grandes imagens com altura de nove yatis, o tamanho dos seus
corpos. Fogos internos haviam destruído a terra dos seus pais. A água ameaçava a
quarta.
45. Vieram as primeiras grandes águas. Submergiram as sete grandes ilhas.
46. Todos os Sagrados foram salvos, os Não-sagrados, destruídos. Com eles, a maior
parte dos animais gigantescos, produzidos do suor da terra.
XII
47. Poucos homens permaneceram: alguns amarelos, alguns castanhos e pretos,
alguns vermelhos permaneceram. Os de cor da lua desapareceram para sempre.
48. A quinta, produzida da estirpe Sagrada, permaneceu; ela foi governada pelos
primeiros Reis divinos.
49. Quem voltou a descer, quem estabeleceu a paz com a quinta, quem a
ensinou e a instruiu...
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
(Final das sete estâncias da Antropogênese, que
abrem o Volume II de “A Doutrina Secreta”)
Nota de H. P. Blavatsky:
"Apresentamos aqui apenas 49, entre centenas de Slokas. Nem todos os versos são traduzidos literalmente. Às vezes, empregamos uma perífrase para que o texto seja claro e compreensível, em passagens em que uma tradução literal seria completamente ininteligível."
Fonte:
Sobre as Estâncias de Dzian:
Ω
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Magia, Misticismo e Ocultismo
Para Você!
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