Misticismo, Ocultismo, História Secreta, Magia, Psicurgia, Teurgia, Teose, Iniciação

Tradutor

30 de outubro de 2016

As Meias Verdades da Razão


A RAZÃO SEM O AMOR
SÓ É CAPAZ DE PROPORCIONAR MEIAS VERDADES
*
(MARGUERITE PORETE)


Por ter escrito este livro: "O Espelho das Almas Simples e Aniquiladas e que Permanecem Somente na Vontade e no Desejo do Amor", a Beguina Belga MARGUERITE PORETE foi condenada à fogueira em 1310 pela Santa Inquisição. 

Reconhecida pelo trabalho altruísta junto aos pobres e doentes, seu longo e dramático processo de condenação sensibilizou a população de Paris, e levou às lágrimas muitos dos presentes à sua execução.

Após sua morte  seu livro circulou anonimamente durante séculos por toda a Europa, servindo de modelo de experiência místico-religiosa autêntica, inclusive em Mosteiros Católicos.

Frater .*. Angelumes

O Espelho das Almas Simples, acesse AQUI.

Sobre o movimento Beguino, acesse AQUI.

Ω

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4 de abril de 2016

No Topo Deste Farol o Cristianismo Nasceu

Farol de Alexandria
(Ptolomeu II, Filadelfo - 279 a. C.)


CRISTIANISMO:
Um processo de 700 anos, iniciado pelo Faraó Macedônio-Egípcio Ptolomeu I Sóter (323 AEC) e consolidado pelo Imperador Romano Teodósio I O Grande (380 EC).


NO TOPO DESTE FAROL
O CRISTIANISMO NASCEU

              
Com o esfacelamento do Império de Alexandre o Grande, duas forças antagônicas se formaram entre dois de seus Generais: Selêuco Nicátor, que iniciou a Dinastia Selêucida na Pérsia, e Ptolomeu Sóter, que iniciou a Dinastia Ptolomaica no Egito.

Assim, Selêucidas e Ptolomaicos passaram a disputar a Faixa Mediterrânea que incluia a Palestina, que ficava na fronteira entre ambos, cada um procurando estabelecer suas zonas de influência, colocando o Povo Judeu ora de um lado, ora do outro.

Sendo os Selêucidas Persas intolerantes com a religião, passaram a perseguir o Judaísmo; enquanto os Ptolomaicos Egípcios, tolerantes, passaram a incentivar a cultura e a Religião Judaica, tendo inclusive patrocinado a versão grega da Bíblia (Septuaginta).

Dessa maneira, o Egito tornou-se o berço de uma nova cultura que, reunindo Oriente e Ocidente em um todo Cosmopolita, criou a Civilização Helenística, tornando Alexandria o maior centro comercial, tecnológico, religioso, cultural e intelectual do período.

Assim, Alexandria passou a abrigar comerciantes, artesãos, sacerdotes, sábios e filósofos de todo o Mediterrâneo, inclusive Judeus, que lá encontraram refúgio, formando a maior comunidade judaica fora da Palestina, num imenso fervilhar de cultura e inovação.

Neste contexto a filosofia grega foi renovada com os Neoplatônicos e Neopitagóricos, e as Religiões Orientais, Egípcia e Judaica com os Hermetistas e Gnósticos, sincretizando todo o conhecimento dos Mistérios Antigos em um só Corpo Doutrinário: o Cristianismo.

Considerando essa hipótese, o processo de formação do Cristianismo, teria então durado cerca de 700 anos (entre os séculos IV AEC e V EC), corroborada pelos fatos a seguir, aparentemente desconexos, mas que poderão ser contundentes se vistos em conjunto:

I

JESUS (nome de homem) e CRISTO (título do ungido) fundiram-se em uma única personalidade religiosa entre os séculos I e IV EC, nas disputas cristológicas da Igreja Primitiva;

II

O nome JESUS é uma corruptela grega do nome hebraico YESHUE, muito comum na Palestina, e há registros históricos de vários rabinos com esse nome, mas nenhum que tenha criado uma nova seita judaica;

III

Há registros históricos, entre os séculos I AEC e I EC, de líderes proféticos bastante populares atuando na Judéia (alguns martirizados), entre eles: Simão o Mago, Honi Ha-Ma'agel, João Batista, Jesus de Ananias, Banus o Eremita, Eleazar o Exorcista, Hanina Ben Dosa, e Menahem o Essênio;

IV

Nos "Manuscritos do Mar Morto" (séc. I EC), que contém os rolos de Isaias mais antigos existente, verificou-se que o mesmo texto no Codex Aleppo (950 EC) contém pelo menos 1.500 alterações e acréscimos em relação ao original; provando que durante as incessantes cópias, durante séculos, houveram adulterações significativas nos textos antigos;

V

Na "Biblioteca de Nag Hammadí" (séc. III EC), há um texto hermético não-cristão chamado "Eugnosto, o Bem Aventurado", e outro texto com o mesmo conteúdo, chamado "A Sophia de Jesus Cristo"; porém, diferenciando-se do primeiro por incluir Cristo e seus discípulos na narrativa; o que sugere que muitos textos Gnósticos Cristãos tem como base textos pagãos (herméticos) mais antigos;

VI

As bases do Cristianismo já são encontradas em Alexandria, no Egito, a partir do século IV AEC, nas comunidades judaico-helenísticas dessa cidade, cuja evolução durante muitos séculos sincretizou em uma única doutrina as Filosofias Neoplatônica (Órfica) e Neopitagórica, as seitas Netzarim (Nazarenos), Terapeuta e Essênia, os Mitos Herméticos (Sérapis), Osirianos (Hórus), Zoroástricos (Mitra), Romanos (Apolo) e Cabalísticos (Messias);

VII

A construção do Cristianismo propriamente começou entre os séculos II e III EC com o Gnosticismo e a Patrística, e foi absorvido pelo Império Romano no século IV EC, por meio do culto ao "Solis Invictus", e instituído no século V EC na figura de "Iesu Christus", perpetuando o Império até nossos dias através da Igreja Romana.

• • •

Juntando-se essa poucas, porém cruciais pistas, podemos vislumbrar que conclusão podemos chegar? 

Será que estamos lidando com o maior mito de todos os tempos em que talvez, somente talvez, o Cristo tenha sido, e é não apenas um, mas muitos homens e mulheres, adeptos das Escolas de Mistérios da atiguidade, inspirados pela Obra da Luz?

E que os Evangelhos sejam na verdade um roteiro concebido pela nata espiritualista de Sábios Alexandrinos do Egito, que sintetiza todo o conhecimento pagão na figura de um maravilhoso mestre, que teria ensinado como podemos alcançar a vida eterna?

Para este assunto, delicadíssimo é de extrema complexidade, pois diz respeita à fé de milhões, que durante séculos norteou os destinos do Mundo Ocidental; faltam-nos a maior parte das peças deste maravilhoso quebra-cabeças, cuja historicidade é extremamente controversa.

À principio, até onde pudemos verificar, havia entre o Egito e a Palestina a seita judaica dos Netzarim (Vigilantes) que, a partir do séc. II AEC, passou a buscar sistematicamente candidatos para o Messias (homem divinizado); finalmente estabelecido na figura lendária de Ribi Yeshwe (Ben Yoseph) Ha-Mashiach, um rabino heterodoxo do séc. I EC, não confirmado historicamente.

Assim, é notável a semelhança das características peculiares de cada profeta popular judaico (registrado historicamente) com as características  de Jesus de Nazaré (cidade que não existia antes do séc. II EC), como a morte na cruz (Menahem o Essênio), retirada de demônios (Eleazar o Exorcista), ou curas milagrosas (Hanina Ben Dosa).

Porém, são os mitos que envolvem Apolônio (Crestus) de Tiana, notável filósofo grego de Éfeso, já fora do contexto judaico, que mais concorreu com os dons de Jesus descritos nos Evangelhos, como a capacidade de ressuscitar os mortos, durante os primórdios da Igreja Romana. Sendo talvez está semelhança, responsável pelo sucesso do Cristianismo no Mundo Grego, antes de Roma.

Ainda sobre a Seita Judaica dos Netzarim, estes se organizaram no séc. I EC em plena Roma, fazendo surgir uma Igreja Judaico-Roma, onde ficaram conhecidos como "Nazarenos"; os membros de uma "seita egípcia" que provocou certo tumulto entre escravos e minorias não romanas, de acordo com Suetônio em sua obra "A Vida dos Doze Césares".

Porém, estes foram suplantados a partir do séc. II EC por membros de outra Seita, porém de origem Grega da Ásia Menor, vinda de Éfeso e Antioquia, que ficaram conhecidos como "Cristãos"; os primeiros a organizar uma Igreja Romana (Católica) e estabelecer a historicidade do mito cristão, tendo por base Pedro.

Todavia, o verdadeiro fortalecimento da fé cristã está justamente na disputa entre pontos de vista muito diferentes sobre as fábulas de Jesus Cristo, entre a Igreja Católica de Roma e as Seitas Gnósticas (termo pejorativo usado pelos Patriarcas alinhados com Roma, como Irineu de Lião); entre elas, o Docetismo.

Esta Seita Gnóstica, que na verdade nunca foi uma seita organizada como igreja, negava a corporeidade de Jesus Cristo, afirmando apenas sua espiritualidade; uma corrente filosófica contrária à tese do "verbo feito carne", antes mesmo da intensificação das Disputas Cristológicas após o séc. II EC, que acabou estabelecida na União Hipostática do Concílio de Calcedônia, em 451 EC.

Finalmente, salientamos que a liturgia eucarística da Igreja Católica Romana foi tomada essencialmente dos Rituais Mitráicos, do séc. IV EC, trazido do Oriente pelas Legiões; quando a versão Romana, da já estabelecida Religião Cristã, era plenamente vitoriosa sobre as seitas Gnósticas, e se preparava para ser oficializada pelo Império Romano, levada a cabo por Teodósio I, o Grande, em 391 EC.

Lembramos ainda que o Gnosticismo sobreviveu nas "Igrejas Cristãs do Oriente" e, a partir do séc. XI EC, voltou a influenciar a Europa Ocidental, formando as várias vertentes do "Cristianismo Esotérico", que influenciou as Ordens Místicas às quais nós Iniciados fazemos parte, e que preservarmos de olhos profanos.

"Que o FAROL QUE NOS ILUMINA DESDE O ALTO, jamais deixe de nos mostrar o Caminho da Verdade."


Amém.


FRATER ANGELUMES


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